A ciência e a música podem parecer distintas, mas para Alice Siqueira, de 17 anos, elas compartilham de uma base comum: a dedicação e a atenção aos detalhes. Jovem do programa Fortalecendo Trajetórias e aluna do IFRJ no campus São Gonçalo, Alice cursa o segundo ano do ensino médio integrado ao técnico em química. Além do interesse pela ciência, ela também tem uma forte ligação com a música, área em que atua como estudante e monitora.
Alice mora em São Gonçalo e, desde cedo, buscava por uma educação que lhe proporcionasse mais desafios. “Eu já estava querendo entrar em um colégio com um ensino melhor e estava disposta a fazer prova”, conta sobre sua escolha pelo IFRJ. Além dos estudos, ela toca vários instrumentos, como violino, saxofone, flauta e teclado, e participa de projetos musicais, como a Orquestra da Grota, em Niterói, e atividades na igreja. Sua trajetória musical começou aos 10 anos, quando iniciou aulas de violino em projeto no Jardim Catarina. “Lá fui pegando gosto. Além das aulas, tinha a prática em grupo e fazíamos apresentações também”, lembra.

Em relação à ciência, Alice participou de um projeto de monitoria de biologia e desenvolveu, com colegas e sua professora, um estudo sobre coleções biológicas de aracnídeos. Inspirada nesse trabalho, escreveu o artigo “Análise química das toxinas de diversas aranhas e seus potenciais medicinais” sobre como o veneno das aranhas pode ser uma ferramenta medicinal. A oportunidade surgiu por meio de uma mentoria online, de três meses, através do programa “Pesquisa Para Elas”, da organização STEM para as Minas. “Foi uma experiência ótima, mas também desafiadora. O processo de escrita exigiu bastante dedicação, especialmente para conciliar com os estudos da escola”, explica.
Para o futuro, Alice pensa em retornar à pesquisa científica na faculdade, mas o foco atual é a música. Ela tem ensaiado para audições para orquestras. Além disso, ela destaca a importância de incentivar a presença de mulheres nesse meio, tradicionalmente dominado por homens. “A música é uma ciência também, ciência e arte, e é um espaço em que o número de mulheres é bem menor em comparação ao número de homens. É importante incentivar mulheres na música também”, conta.
Em relação às meninas que desejam se envolver em projetos de pesquisa, Alice aconselha: “Não tenham medo. Mesmo sendo algo novo e desafiador, a experiência é valiosa e vai ajudar no crescimento pessoal e profissional. Existem muitas iniciativas que apoiam mulheres em áreas como a ciência, e tenho certeza de que há algo que vai te atrair”.