No Instituto JCA, acreditamos no potencial criativo e inventivo dos jovens e apoiamos projetos em que eles sejam protagonistas das ações e dos impactos positivos que geram em suas vidas e comunidades. Entre as iniciativas recentes desenvolvidas em meio a pandemia, destacamos o Quarentenados e os Jovens Comunicadores, projetos com formatos totalmente distintos, mas que têm em comum o lugar do jovem na produção e disseminação de conhecimento.
Concebido e desenvolvido por ex-alunos do Instituto JCA, no Quarentenados os jovens compartilham o que aprenderam em suas trajetórias acadêmicas em encontros gratuitos via Google Meet. “Nosso objetivo é dividir conhecimento de forma descomplicada e descontraída, pensando em todas as dificuldades e sentimentos que esse período de isolamento tem nos trazido”, explica Daniele Nascimento, 24 anos, estudante de Nutrição na Universidade Federal Fluminense e uma das produtoras do Quarentenados.
A segunda temporada, realizada entre agosto e setembro, abordou temas como educação financeira, mitos e verdade sobre o novo coronavírus, saúde emocional e questões raciais. “Esses temas foram escolhidos pensando na nossa atualidade. Esse período de isolamento mudou bastante nossa rotina e fez com que tivéssemos um olhar mais atento para nossa saúde emocional e de cuidado com o corpo. Também mostrou como é fundamental ter um bom controle das nossas finanças, independentemente da idade”, afirma Daniele.
Para ela, o Quarentenados é um grande exemplo de que os jovens são capazes de estarem engajados em questões políticas, sociais e ambientais. Sthefany Pereira dos Santos, moradora de Maricá e aluna do Colégio Pedro II, argumenta na mesma linha quando afirma que muitas vezes os jovens são desvalorizados e todo o seu engajamento, desmerecido. “É preciso acreditar no potencial de cada jovem”, afirma a adolescente de 17 anos, que participou do projeto Jovens Comunicadores.
Jovens Comunicadores em Saúde
Iniciativa da Bem TV em parceria com o Instituto JCA e diversas organizações, o Jovens Comunicadores em Saúde iniciou em abril com uma ação piloto envolvendo 60 jovens. Em julho, teve uma ampliação e passou a contar com um grupo de 500 jovens, que produziram conteúdos na perspectiva da comunicação popular para fomentar o acesso a informações sobre direitos, saúde e prevenção ao COVID-19.
Sthefany destaca que um dos ganhos para sua formação ao participar do projeto foi o desenvolvimento de autonomia e confiança. “Comecei a acreditar mais nas coisas que eu sou capaz de fazer. O projeto acreditou em mim como jovem comunicadora”, afirma. Para ela, a iniciativa foi capaz de ampliar vozes ao mostrar como os jovens podem transmitir informações e impactar sua realidade. “Muitas vezes essas vozes foram caladas pela sociedade, principalmente quando se trata de jovens em sua maioria negros e da periferia. No projeto percebemos que podemos ajudar outras pessoas que fazem parte do mesmo contexto social que a gente”, afirma.
Para Gabriella Almeida, jornalista e monitora representante do IJCA no Jovens Comunicadores, no decorrer do projeto, os jovens descobrem a potência de suas vozes e compreendem como o território é diretamente impactado na construção de narrativas elaboradas por eles. “A ação incentiva a autonomia de pensamento e responsabilidade social. Por muitas vezes os jovens são colocados em um lugar de subordinação que faz com que a ideia de responsabilidade e autonomia coletiva se dilua. Ao entenderem que ações individuais impactam diretamente o coletivo, eles tomam para si o protagonismo porque sabem que a consequência disso será positiva não só pra eles, mas para toda uma rede de pessoas”, destaca.